- Ano: 2010
“Papa” foi uma proposta vencedora de um concurso nacional de integração de arte pública e paisagem, promovido pela Comissão da Capital Nacional do Canadá. Localizado em Gatineau, Québec, a obra é acessada por Ottawa através da Ponte Alexandra.
Fazendo referência à icônica "Maman" de Louise Bourgeois, localizada na frente da Galeria Nacional no lado da ponte de Ottawa, a obra está alinhada com um bloco de apartamentos adjacente de 'qualidade modesta', ancorando-o em seu contexto e introduzindo uma forma livre da simetria bilateral em respeito ao centro de Boulevard des Allumettières. Cria uma moldura para uma obra que em primeira instância pretende atuar como uma porta de entrada à cidade e ao seu parque.
Uma parede de vidro alcança a altura de 14.4m na lateral sudeste do terreno. Ela então parte em espiral para se reduzir a altura de 2.4m no interior à noroeste do terreno. Em conjunto com a sua geometria dobrada, a perspectiva é dramatizada e a hierarquia espacial é estabelecida. A frente do terreno é urbana, a porta de entrada simbólica para a cidade e para o parque. Ele atua na escala do "rápido", do movimentado cruzamento de avenidas. A parte posterior do local tem caráter íntimo, uma resposta ao "lento", o caráter residencial de vida da vizinhança.
Faixas verticais de vidro colorido, mas transparentes, acentuam a altura da estrutura e sua forma. Por sua orientação sul, uma quantidade dramática de luz colorida é projetada em suas paredes e no terreno em dias de sol. O jogo de transparências e reflexões acentuam ainda mais uma experiência complexa e palpável - um acontecimento visual que mesmo que momentaneamente, nos devolve a capacidade de uma criança de imaginar.
Durante o inverno, este efeito é particularmente instigante devido à escuridão do sol de inverno, juntamente com a capacidade da neve de refletir a luz. No outono, a obra se mescla com as cores outonais de Gatineau. Nas noites, quando acesa, Papa brilha como uma lanterna.
Em ambos os pontos de entrada do terreno, a parede de vidro e um banco linear que se desdobra ao se dirigir para os interiores em um gesto que dá as boas vindas aos ciclistas e pedestres em uma praça íntima de bairro.
A obra busca engajar seu público através da experiência sensitiva intensa na comunidade. Seu banco de escala impressionante convida os transeuntes a diminuir seu ritmo e sentar, para incentivar a presença do público geral e portanto as oportunidades de encontro sob as condições em constante mudança que a passagem de luz atua no espaço. Neste sentido, a obra aspira ser um local onde a tendência contemporânea de privatizar as relações sociais é desencorajada - mesmo que localmente.